Já não é novidade os "Cinquenta Tons de Cinza", “Cinquenta Tons de Liberdade” e “Cinquenta Tons Mais Escuros”, o autor James trouxe uma forma autônomo e erótica demais, no começo resistência, mas o motivo de gozo para muitos e muitas. Depois que me permitir ler as linhas iniciais da trilogia tive certeza que isso afetaria algo bem interessante nas pessoas, isso porque a sexualidade é extremamente importante, o prazer envolvente, o tesão delirante e quando você encontra um homem capaz de tudo isso, pelo simples fato de ser... é orgasmo puro, nos deixamos envolver, levar e imaginar o que antes tão fortemente só conseguíamos perceber o tabu!

Essa prosa erótica pode trazer leituras quase interruptas pela ânsia e desejo de algo mais, algo que deveria fazer parte de nossa rotina, mas é fora do comum não por nossa incapacidade, mas falta de sensibilidade para si, para o outro, para a entrega e envolvimento de cada pulsão, prazer e afeto.

Existe mesmo em meio a cada palavra de James um pornô aceitável, pelo tipo de palavra, contexto e erotismo que ele usa. Isso possibilita uma mãe de família, uma virgem, uma solteirona, uma comportadinha à uma devassa, uma safada, uma promiscua, uma avessa a relacionamentos partilharem de um momento em comum... essa leitura tão saborosa, que tal?! Rsrsrsrs.

Trato de sadomasoquismo, de fantasias, da luxúria e ainda sim de um romantismo puro, inocente, sincero e compreensível. É tão tênue a linha que perpassa por cada ‘estado’ de ser das obras de nosso desejoso autor que não se vê o certo e o errado em desfrutar desses livros! E algo de errado? Nadaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!

Talvez, porque, mesmo a passos lentos e sem muita intensidade a sociedade agora veio se permitir vivenciar o prazer! E olha que isso tem se tornado muito difícil nos dias de hoje pelas substituições do ‘relacionar-se’ via a praticidade e globalização da internet, pela comodidade que isso oferece, pela falta de sensibilidade, e ausência de coragem em ser o que somos nos manter estáticos ao sabor da vida. Então, vamos acordar enquanto não é tarde, vamos nos descobrir como pessoa, quanto sujeito, quanto desejosos e capazes de realizar muito!

Muitos paradigmas são quebrados, outros são rompidos, alguns apenas permanecem! Tudo isso por causa de três livros e a mente de um homem?! Não, tudo isso por você ser capaz de ampliar horizontes e fazer bem mais, quando quer. Mas respeitemos as diferenças, pois o pensamento de ser açoitado pode ser excitante para muitos, mas, na realidade, a dor só é excitante para pouquíssimas pessoas! A troca existente entre as personagens do livro revela o que a fantasia de cada um imagina e o que cada um, de fato, aguenta. Não encaro tão simplesmente uma submissão de Anastacia, nem a vejo com uma escrava sexual, mas a dominância na relação sexual traz o nosso permitir, ou seja, o tentar, o provar, o estar disposto! Não é medição de forças, mas a dinâmica que ocorre entre o casal é que movimenta a essência dos livros e faz com que eles sejam um casal, com igualdades até e vislumbrando o que vem além, o que não deixa de ser a sua liberdade!

Não há contos de fada, nem perfeição, mostra um casal com brigas, com quase término de relação, de joguinho com prazer, as mudanças no outro, fala de amor... e como tudo isso pode funcionar mesmo! Não quero mais ver mulheres desesperadas comparando seus namorados, ficantes, maridos e amantes ao Grey! Não quero mais ter que saber de forma espantosa, que alguém deixou de sair de casa, de curtir uma balada ou um passeio tranquilo a luz do dia, para ficar trancada em um quarto lendo. Gente, vamos aproveitar o bem estar que cada palavra, livro, fantasia e desejo pode nos causar, mas tragam isso ao campo da realidade por favor!

A ilustração que coloquei ao lado foi intencional... que ela sirva de desejo e inspiração, mas que o livro tão somente seja o gozo, mas as nossas vivências pós leitura, extra paredes do quarto. Que todas tenham o homem que a satisfaça e a deixe feliz, mas não o cobre, não exija... o sinta e se doe! Mais entrega, envolvimento, lealdade, cumplicidade e sexo gostoso a todos vocês.

Eu adoro ler, adoro escrever, mas o que me fascina é transformar tudo isso em vivências, em novos ciclos, em campo da REALIDADE! Que venham os orgasmos por favor! Rsrsrsrsrs. Com carinho...

Ângela – psicóloga e psicopedagoga, em 25/02/2013.